Em meio à histeria do PAN, em meio a um Brasil aparentemente próspero, lindo, e de fato cheio de turistas, vilas panamericanas ostensivas e gastos milionários com o Panamericano (bóra convocar CPI), eis que acontece uma tragédia. Para quem não sabe, um avião da TAM saído de Porto Alegre (minha cidade), derrapou na bela pista do aeroporto de Cogonhas, que em sua plenitude jaz simplesmente no meio de São Paulo. O avião tenta decolar novamente mas, malsucedido, explode, juntamente com o hangar da TAM. Todos mortos. Eram 176 passageiros, incluindo crianças. A maior tragédia da aviação da América Latina. Devo dizer que esse acontecimento me chocou muito. Não só porque lá dentro estavam dois conhecidos de meus pais e dois irmãozinhos que estavam indo a São Paulo para visitar os avós, mas porque, de fato, foi uma grande tragédia. Pus-me a pensar uma porção de coisas. Ora, a maioria dos passageiros eram pessoas trabalhadoras, que iam a SP a trabalho, e que se empenhavam na construção de uma vida digna. Uma vida planejada, vivida, sentida, sonhada, e, de súbito, interrompida. Como devem ter ficado os pais dos irmãos que estavam naquele avião? Certamente, a vidas desses pais acabaram também. Essas reflexões só me levaram a uma conclusão: como somos frágeis. Sim, frágeis, filosoficamente falando. Remetendo a um belo livro que li, “A insustentável leveza do ser”: somos leves. E “leves” é alusivo a “frágeis”, “vulneráveis”. Somos totalmente leves, e essa leveza é insustentável. A qualquer momento, qualquer coisa acaba com nossos sonhos, com nossos planos, com nosso empenho, com nossa vida.
Até quando vamos aceitar o caos aéreo? Ouso dizer, até quando engoliremos essa negligência toda?
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