Máscaras...difícil dissociá-las do aspecto negativo e pejorativo o qual a opinião popular insiste em colar nelas feito carrapato, do tipo “as máscaras sempre caem”, ou “um lobo mascarado de cordeiro”, enfim. Esquece-se a maioria de que existem as máscaras que usamos em nosso dia-a-dia, e as quais usamos tanto que nem paramos para analisar, colocar a mão na consciência e se dar conta de que se tratam de máscaras. O hábito, o costume reiterado, nos faz perder a consciência e tão-somente repetir um padrão.
Pois todos nós usamos máscaras, as máscaras em largo senso: uns em maior, outros em menos grau e intensidade. Máscara, no sentido em que estou propondo, é aquele teatrinho do dia-a-dia, é o sorrisinho amarelo, a conversa pré-pronta, a mentirinha "branca". Máscaras são necessárias: precisamos delas todos os dias. Temos muitos papéis a desempenhar, e as máscaras são as garantidoras do nosso sucesso no emprego das múltiplas dimensões humanas que o mundo moderno exige. Às vezes dizemos coisas menos por realmente pensarmos aquilo do que por o achar "legal" e adequado. É inevitável: temos diversas faces, que são empregadas diferentemente de acordo com a circunstância e o tipo de relação que se apresenta.
Nessa esteira, não acho que máscara seja algo que devamos nos desvencilhar ou tentar viver sem. Certas pessoas podem julgar o que falo extremamente reprovável, mas creio que a maioria estaria sendo hipócrita se afirmasse que somos exatamente os mesmos em todas as situações e circunstâncias da vida: sou o mesmo em casa quando estou sozinho, sou o mesmo em um bar com meus amigos, sou o mesmo no trabalho, sou sempre o mesmo. Máscara é, mas do que um enquadramento social, uma estratégia de sobrevivência.
Outro dia eu discorro sobre o lado mais sombrio das máscaras: aquele em que as utilizamos como proteção, para mascarar dores, frustrações e fraquezas pessoais - muito embora nem nesse aspecto eu concorde que devamos nos desvencilhar, em todos os casos, das máscaras, ou que seu uso seja sempre reprovável.
PS: Esse texto foi feito correndo e sob pressão do editor, Rafael, visto que o prazo é só até amanhã! Hehe, brincadeira Rafa, apenas não estou acostumada a ter prazo para escrever, embora tenha adorado a experiência e a ideia dos Blogs Sincronizados. Espero que o projeto tenha vida longa! Um beijo a todos.
10 comentários:
Noosssa!
Só agora vi uma foto sua por aqui - e como vc é lindinha!rs
Beijo!!!
(ngm merece um comentário desses no txt, né?rs)
Haha, editor! mazah, estou chique!
fico feliz q tenha gostado da iniciativa..
=)
Quanto ao texto, é difícil mesmo se desvincilhar do termo pejorativo, mas acredito que você conseguiu deixar isso bem claro no seu texto!
beijo
Tema interessante: o papel social da máscara. Mas acho que há pessoas que não usam. Sabe aquele chefe que nem te olha na cara, só responde por monossílabos e quando fala, normalmente é desagradável. Mas não só chefes, não é tão raro encontrar-se gente assim, aparentemente com uma única face. O que não garante que essa face única não seja uma máscara. Vai saber!
Crianças, ao que parece e que eu me lembre não usam máscaras. Só se vai precisar delas a partir da adolescência, quando temos a necessidade de nos afirmar socialmente, creio.
Gostei da ilustração lembrando as máscaras simbolo do Teatro.
bjs
Olá Gabi!!
Então.. concordo com o uso das máscaras.. e com o sentido sobrevivência que elas assumem principalmente hj em dia..
lembrei de uma situaçao agora.. não sei se real, se filme, se livro (minha memória não é meu forte) de um senhor muito respeitável que depois de avançada idade decidiu que iria peidar a hora que quisesse.. livrar-se da máscara de assepsia 100% pois achava que já tinha trabalhado o suficiente pra conquistar isso..
e o que eu penso sobre as máscaras cotidianas está mais ou menos por aí..
com certeza necessárias.. mas o grande trunfo é poder chegar a um patamar (numa relação, num contexto ou mesmo consigo mesmo) em que não seja mais necessário usá-la.. (ou pelo menos não tanto!)
bjão!
Devo então concluir que todos sem exceção estamos afundados no lamaçal da falsidade mascarística? Hm..
Não, Mulher vã. Não se trata de falsidade, e sim das diferentes facetas, dimensões que precisamos no cotidiano para desempenhar nossas diversas tarefas. Esse é um dos conceitos possíveis de máscaras,na minha opinião. Ainda há outros, como a por ti mencionada 'falsidade'. Não é o caso do meu texto aqui. Um beijão!
Super concordo, Gabi! As máscaras são com certeza necessárias à sobrevivência. E acredito que não é questão de falsidade, afinal, não somos os mesmos sempre, nem pra nós mesmos... hehe Adorei o post! =D
Beijão lindona!
Minha mãe chama isso de verniz social, hahaha :)
Gostei do texto, Parabéns. Eu que acompanho o seu blog há um tempo, você tem escrito cada vez melhor!
E concordo com você sobre as máscaras, nós temos e sempre teremos, tudo depende do ambiente, claro, o nosso carater sempre será o mesmo, pelo menos o meu né.
Outra coisa, as pessoas adoram a falar dos outros e pouco falam de si mesmas. Dai vem outro "tal" ditado: Pimenta no c@#¨%$#¨% dos outros é refresco!
Poxa, muito bom o texto. Me fez pensar bastante e, se vc fez isso na correria, merece um prêmio. Não vejo por onde discordar do texto e, como não há muito o que acrescentar, faço as minhas as suas palavras.
*P.S: Qual máscara ponho agora?
Brincadeirinha :P
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