28.8.10

É uma pena, mas você não vale à pena… (ou White Lies)

love is eays

Would it help if I tried, or has it sailed and passed me by
First love grows then it dies, and its all white lies

(Paolo Nutini – White Lies)

Mais uma possibilidade de amor que se esvai pelos meus dedos frouxos, pretensamente desinteressados.

Meu desinteresse, meu não-atender-o-telefone, minhas mensagens vagas, minha falta de afeto, tudo isso pode ter sido perverso. Pode ter minado o potencial sentimento. O fel foi ferrugem. Eu entendo. Mas eu também não posso ser condenada pela minha precaução. E isso não justifica o dedo apontado pra mim, tampouco as punhaladas.

Now I've lost my disguise, it was all white lies

Please don't fade and please don't cry, 'cause it's all white lies…

Eu fui condenada. Eu fui julgada, e sentenciada. O dedo apontado, a insegurança disfarçada em autoritarismo e oniciência, os olhos intensos (embora mascarados de frieza), de fera ferida, me dilaceravam. Disparos de frases e veredictos cruéis. Apesar de [talvez] ser compreensível, ele não tinha esse direito, não mesmo. Nem sequer me conhece. Só pode ter sido o rancor que o levou a atitude tão perversa.

Justo daquela boca que já saíram palavras tão doces…

Eis que ele me surpreende com aquele julgamento frio, ofensivo, humilhante. Pq eu não reagi, eu não sei. Mas isso certamente o legitimou mais ainda com aquela palhaçada toda. Quem ele pensa que é? Provavelmente se achando tomado de algum dom de decifrador de almas, achou que me conhece mais que qualquer um, e resolveu julgar meus valores, minhas relações, minha própria família! Sem conhecer quase nada de nenhum deles. Invadiu meu íntimo, sem ser convidado, e insinuou que tudo estava no lugar errado. Que decepção. Parabéns pela perspicácia, mas minha terapeuta fica na Dona Laura, obrigada.

E aqui eu encerro mais uma página, ponho um The End em mais uma possibilidade de amor.

Engraçado, agora eu olho pra trás e tenho impressão que foi tudo uma mentira. Talvez mentira seja uma palavra forte demais… mas foi um teatro. Uma encenação. White lies.

A despeito de o conjunto ter sido espetáculo, algumas sutilezas foram verdade. Eu sinto. E o fato é que eu não consigo ouvir Zeca Baleiro sem lamentar. Sem lamentar e pensar que é uma pena. Eu estava gostando de te ter.

3 comentários:

Anônimo disse...

Às vezes aquilo que parece ser o 'ideal' aos olhos dos outros simplesmente não dá certo, e a gente fica procurando justificativas pra isso, que quase sempre terminam com a gente se culpando por algo que de fato não é nossa culpa.

Nos perguntam porque não deu certo se "ele(a) é tão legal, tão bonitinho(a), vocês ficavam tão bonitinhos juntos", como se isso fosse o suficiente para algo dar certo nesse assunto. E quando dizemos que simplesmente não deu certo, sem justificativas mágicas, acabam por nos julgar errado, talvez nos chamando de egoístas ou até malucos. haha Ou coisa pior.

Quando o motivo é na verdade bem mais simples: não deu porque não deu. E ponto.

Vejo as pessoas toda hora procurando o "perfeito", o "ideal", quando na maioria das vezes ele é chato. Já diria a música:

eu gosto é do inacabado / do imperfeito, do estragado [...] eu quero mais erosão / menos granito / namorar o zero e o não [...] eu não quero a gravação / eu quero o grito

Posso ser maluco, mas é esse imperfeito que me atrai. Talvez por isso eu tenha sido goleiro no colégio, ame incondicionalmente aquele time que há anos não é campeão, toque o instrumento que ninguém quer tocar, ao invés de ser o atacante goleador no colégio que torce pro tri-campeão do mundo e que é o vocalista da banda.

Gostar do que é perfeito é fácil demais, talvez por isso não dê certo para algumas pessoas, é aquela velha máxima do 'easy come, easy go". Difícil é vc se apaixonar pelo que não é. E talvez seja mais gostoso no fim das contas.

Viajei um pouco, talvez nem seja um comentário pertinente, não nos conhecemos, mas fiquei com vontade de te escrever quando te li.


Fique bem! =)

beijo

Lucas disse...

Hora um tanto inapropriada, todavia, fui movido por um impulso. Semana passada passando pela frente da sua casa ou ex casa lembrei de um garoto que fazia cursinho e da filha do dentista. Continue escrevendo sempre.

Forte Abraço

Lu disse...

Hi G!!! Felicidade geral ver o blog renascendo das trevas!! Já tô atrasada, não tinha visto ainda. Muito bom tê-lo para dar uma olhadinha antes de desligar o computador lá pela meia-noite, a hora que meu dia tá terminando... E o conteúdo muito me orgulha por ser tua tiazinha he he!!
Beijo!
Lu