10.2.11

Nos teus olhos também posso ver as vitrines te vendo passar

Os letreiros a te colorir

Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir


Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar


Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

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A fumaça embaraça minha visão, já deturpada por conta própria.
Os viéses tiram meus pés do chão e me fazem flutuar. Fantasiar o sublime.
Que de tão sublime é intangível à realidade terrena...
Só existe no meu fluido mundo interior. Só ali se faz verossímil.
O autocentrismo me impede de enxergar a realidade do lado de fora.
E eu vou continuar cismando; até que eu me arrebente.
Daí a gabriela estrebuchada que se vire. Agora eu só sei ser entranhas e vísceras.
Agora eu só sei ser toda impulso, toda intensa, toda latente, toda amor.

2 comentários:

Mariana Zito disse...

Ser toda impulso pode ser meio perigoso...

G. disse...

I know... Deus, dai-me um pouco de prudência! Essa virtude não é o meu forte.