Ponto um: Eu tenho uns problemas nervosos de refluxo, gastrite, coisas do tipo. Volta e meia tenho que usar uns remédios e às vezes tenho recaídas.
Ponto dois: admito que tenho um péssimo hábito alimentar. Não como frutas (tenho preguiça de descascar, sempre uso a desculpa de que não tenho tempo), como um monte de porcarias fora de hora (novamente, não tenho tempo!!), e agora que passo o dia inteiro fora de casa, indo direto da faculdade-pro-trabalho-pra-faculdade-pra-alguma-outra-aula-qualquer, vivo de tranqueiras industrializadas e cappuccinos nos intervalos.
Ponto três: preciso emagrecer.
Ponto quatro: ser vegetariano está super na moda genteeeem! As celebridades magérrimas e zens tipo Fernanda Lima e as minhas amigas mais elegantes adoram propagandear o vegetarianismo poraí.
Ponto cinco: eu não viveria sem leite e derivados, daí descobri que tem um troço chamado ovolactovegetarianismo que cairia como uma luva pra mim!! (e eu ainda porderia comer ovo frito! êÊÊ!)
Ok, vamos ao relato. Terca-feira denoite eu estava elétrica na minha cama sem conseguir dormir e decidi que ia virar ovolactovegetariana. Sim, imagina, eu viraria de uma hora pra outra zen, saudável, magra. e na moda!
Após uma conversa com minhas amigas da faculdade, decidi que iria ser só lactovegetariana, pois comer ovos significa interromper o ciclo de vida dos pintinhos, imagina que horror.
Enfim, estava super empolgada pois eu iria entrar na moda, e teria algo especial e peculiar ao meu respeito (sem contar que a palavra é chique, tipo rebuscada), pra contar pros outros: "zénti, sou lactovegetariana!", ou usaria de argumento de superioridade, tipo "sou lactovegetariana, bíãch!"
Vai dizer? Soa superchique. O próximo passo pra subir no status seria aprender frac�s.
Continuando o relato. No mesmo dia fui almoçar no MP, onde eu estagio, lá tem um restaurante-buffet bem bom e tal. Fui me servindo involuntariamente (esqueci que tinha virado lactovegetariana). Ao sentar na mesa, lembrei. Olhei pro meu prato: peixe, carne de gado e frango. Sim. Os três. Matei um peixe, um boi e uma galinha.
Conclusão: não adianta fugir à minha natureza e ao ciclo da vida (cadeia alimentar).
Ressalva: respeito muito quem é vegetariano e realmente acredita nos princípios e filosofia do vegetarianismo, e não faz isso somente por modinha.