28.4.09

Happiness is only real when shared

A felicidade só é verdadeira quando compartilhada...




(Into the Wild (Na natureza selvagem)/ trilha sonora de Eddie Vedder)

22.4.09

Saudade é resto de amor


“Sentimento mais ou menos melancólico de incompletude, ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável.”

Sabe o que é isso?
É saudade (Houaiss).

Sempre nas entrevistas das celebridades, elas aludem à saudade quando perguntadas qual sua palavra preferida ou sentimento mais bonito. Porque a única língua que incorporou esse substantivo é a portuguesa, nas outras línguas só existe em forma de verbo ('miss', 'mancare', 'manquer', etc =“sentir falta”) e blábláblá.

Por incrível que pareça, comecei a pensar mais na ‘metafísica’ dessa palavra quando li desinteressadamente um pedaço de um texto publicado na revista Capricho, na verdade uma carta em que a menina em tela dizia que sentia falta do namorado, com o qual tinha acabado dias antes por não gostar mais, e não sabia se voltava com ele ou não.

Daí uma psicóloga contactada pela revista respondeu: “talvez você não ame ele, provavelmente seja só saudade”.

Daí comecei a me questionar. Sentir saudade significa necessariamente querer voltar ao tempo que é saudoso? Ou pode ser só um sentimento melancólico natural, uma vez que vicissitudes são inevitáveis e inerentes à vida, e sendo assim devemos dar vazão ao sentimento, para que um dia deixe de doer?

Qual a diferença entre saudade e nostalgia?

Segundo o mesmo Houaiss, Nostalgia é “saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado”. Existe diferença entre saudade e nostalgia? Ou seriam a mesma coisa? Qual a diferença?

Encaminhando-se um pouco mais ao âmago da questão, vamos à etimologia da palavra saudade:
lat. solìtas,átis 'unidade, solidão, desamparo, retiro'; der. do lat. sólus,a,um 'só, solitário'.

Huum, então deriva de “solidão” e “desamparo”? Em qual medida desejamos de volta a coisa saudosa, e em qual medida apenas estamos nos sentindo solitários e melancólicos, e estando sensíveis e volúveis, confundimos nossos sentimentos? Qual o limear entre a real vontade de voltar ao passado e a simples melancolia natural e passageira? A partir de qual ponto posso considerar a dor da saudade insuportável a ponto de que a coisa certa a fazer seja retornar à coisa saudosa (se possível)?

Eu não sei essas respostas. Recorro aos dicionários e às músicas porque não sei ler e escutar meu próprio coração.

O tempo ajuda? Eu espero. Comofas?
Enquanto isso,exorcizo meus sentimentos através da escrita irrefreada.

A excelsa Maysa deixou sua dica: “saudade é resto de amor / de amor que não deu certo”.

"Tarot do Dia"

5 de Copas
Momento de encarar os fatos

O 5 de Copas é o seu arcano do aconselhamento nesta tiragem, Gabriela, e vem para lembrar deste momento como sendo importante para que você possa ver as coisas que você evitava ver. Chega de ilusões auto-impostas! Por mais dolorido que seja, é hora de identificar o que precisa ser mudado e parar de projetar expectativas excessivas nos outros, afinal isso não é justo nem com você, nem com os outros. Confronte-se com os fatos, ainda que uma parte sua evite tacitamente fazê-lo, por puro medo de sofrer. Lembre-se que sofremos mais ainda quando insistimos em histórias que não dão certo. A maior parte de nossos sofrimentos deriva de insistências tolas que fazemos, a despeito de todos os conselhos em contrário. Conselho: Só nos enganamos quando queremos. Acorde!

Nossa, o Personare me intimou. Medo.
Pior que ele tá com razão.

13.4.09

Perdoar



"Já perdoei erros quase imperdoáveis,tentei substituir pessoas insubstituíveis e
esquecer pessoas inesquecíveis." (Augusto Branco)

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre." (Clarice Lispector)


"Os fracos jugam e condenam, porem os fortes perdoam e compreendem." (Agusto Curry)


Vi o tema perdão num blog que visito e, dadas certas circunstâncias da minha vida atual, achei que viria muito a calhar escrever sobre isso também.

Segundo a Wikipédia, perdão é "um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa, decorrente de uma ofensa percebida, diferença ou erro, ou cessar a exigência de castigo ou restituição."

Uma coisa é fato. Perdoar é difícil. E tão difícil quanto perdoar é nos permitirmos ouvir a pessoa a que punimos, assim como colocar-se em seu lugar. Muitas vezes estigmatizamos o(s) ato(s) o qual reprovamos em alguém de impordoável, rifamos a pessoa e com isso construímos uma parede intransponível entre o nosso eu ofendido e a pessoa a que estigmatizamos, juntamente com seus motivos e explicações.

Não permitindo que a pessoa se explique, que exponha seus motivos, e não nos permitindo a compreender essa pessoa, estamos também não nos permitindo a perdoar e a esquecer.

Porque se essa outra pessoa nos feriu tanto, é porque ela era importante para nós, por algum motivo que não é nem um pouco vão. Ela deve ter lá suas qualidades, e não ser apenas um todo podre e odiável que agora a pintamos.

Não, eu não estou escrevendo isso porque me encontro em uma situação de ofensora que implora pelo perdão. Eu quero aprender a compreender, e quero comprender também. Se é que o desamor é compreensível.

Ah, mudando de assunto, mais duas coisas:

1. Gaby, obrigada pelo selinho, posto aqui no próximo post!
2. Inaugurei meu blog jurídico, dêem uma olhada! --> http://www.desbitolando.wordpress.com/
Até :)