16.11.09

Digressões introdutórias e a "aleatoriedade" dos laços humanos

Eu to realmente deixando esse espaço cada vez mais abandonado, o que me entristece... mas é que eu ando fazendo tanta, mas TANTA coisa nessa vida, indo a tantos lugares inusitados, conhecendo tantas pessoas novas, fazendo tantas atividades legais e que me envolvem tanto (e repetindo de uma maneira irritante a palavra "tanto" e suas flexões...), que eu simplesmente não tenho tempo de sentar na frente do PC e escrever um post - quando eu ligo um computador é para digitar aulas, para digitar meus pareceres do trabalho ou para responder e-mails / entrar em redes sociais. Eu só não abandono completamente isso aqui, primeiramente pq gosto, e segundo pq, através das estatísticas do contador, vejo que há pessoas que lêem as aleatoriedades que eu escrevo, e algumas ainda comentam, o que me deixa muito feliz!
Bom, chega de digressões introdutórias inúteis... agora vamos proceder às digressões inúteis, tão-somente... haha. Eu tenho dois pontos a expor. Primeiro: eu estava pensando, provocada especialmente após assistir a um filme (do qual não lembro o nome, mas depois descubro e coloco aqui), a respeito da impressionante aleatoriedade dos laços humanos. Deixa eu ver se me faço entender. Isto se aplica tanto a amizades quanto amores: a gente conhece uma pessoa, meio sem querer, em virtude de certas circunstâncias (também aleatórias), e, sem ter motivo, ou por algum motivo ridículo/fútil, como a meneira que aquela pessoa sorri, ou o jeito dela contar uma piada, nos vemos envolvidos com ela. E seguimos naquele envolvimento, mesmo que os motivos não continuem a aparecer... às vezes por hábito, ou por conveniência, ou por acreditar de verdade que o que nos uniu àquela pessoa é o destino.
Por exemplo, na faculdade, desde o início, desde as primeiras festas, meio por acaso um grupinho se formou... não lembro bem porque. A gente nem se conhecia direito, mas formamos um certo grupo para passar os intervalos, ou ficar junto nas festas. E essa tchurma foi ficando, foi ficando... umas três ou quatro pessoas desse grupo eu realmente me identifico e viraram meus grandes amigos. Com o restante, eu não tenho nada a ver. Não concordo com a maioria das opiniões e pontos de vista, assim como divirjo em todas as discussões. Mas o grupo continua ali, meio por hábito. Chega no intervalo, aquelas pessoas aparecem ali. E só fui me dar conta desse hábito ao qual eu estava presa há pouco tempo, quando resolvi não cortar relações com o grupo, óbvio, mas circular, sair daquela prisão um pouco, e conhecer novas pessoas... me arriscar. Digo me arriscar pq todos já tem suas "panelas" consolidadas, bem como suas opiniões em relação a outrem, mesmo sem conhecer esse "outrem". É normal... rolam fofocas, o povo fala bem, ou fala mal... e a gente, bem ou mal, vira e mexe, é vítima de alguma fofoca. Daí se protege em um grupo, como eu me protegia no meu. Mas quando me dei conta dessa aleatoriedade, e de como eu posso ter a ver com muita gente com a qual nunca conversei e nem sei da existência, ou com a qual eu conversei com certo preconceito, por ser de uma "tribo" (odeio essa palavra) diferente, resolvi circular mais poraí, conhecer novas pessoas e lugares.
O mesmo se dá em relação a amores. No filme que eu vi, uma mulher comenta que se apaixonou por seu ex-marido em razão da maneira que ele contava uma piada... Ficou cega para o machismo dele, e para as diferenças entre os dois. Mas eles foram ficando, e ficando... e tiveram um filho. Depois de um monte de sacanagens dele e de um monte de absurdos que ela ouvia todo dia, ela 'acordou' e resolveu sair de casa. Eu acho que esse é um dos motivos de a gente às vezes ficar preso a uma pessoa, estar infeliz e não saber direito o porque. É a força do hábito, junto com o medo do novo, e às vezes unido a uma crença de que o "destino" nos uniu. Não, não é destino... é apenas a aleatoriedade.
Eu tinha um outro ponto a expor, que anda martelando horrores na minha cabeça de uma meneira inconformista. Mas já escrevi demais. Fica pra próxima.
Ah, sobre o "encontro importante" para o meu futuro de pesquisadora sobre o qual falei no post passado, foi tudo um sucesso.... eu tive ótimos conselhos, e agora fui selecionada para o grupo de pesquisa da faculdade que eu mais queria! Estou muito feliz.
Um beijão!