16.7.08

London

Estou postando de Londres, capital do universo!
Estou obviamente escrevendo sem acento pq o teclado daqui nao tem acento.

Imergir em diferentes culturas eh simplesmente um crescimento inimaginavel.
Os pubs aqui fecham as 11, o que eh totalmente diferente do Brasil. Era 10 da noite e a noite londrina estava no seu pico.

Me sinto total cidada do mundo, tomo cafe da manha em um pequeno recinto em que convivem pelo menos 4 linguas diferentes. estou dormindo no quarto com uma amiga e mais duas gurias, uma australiana e outra ainda nao descobri. Hj presenciei a premier de um filme que vai estrear em london esse mes nos cinemas, eh demais, a imprensa toda cobrindo, os atores chegando de limosine, garotas freneticas gritando "aaron i love you! simon you fallen from heaven!!".

almocar nas lindas pracas eh de praxe, sem contar o tradicional cafe starbucks ou nero, que compramos pra tomar na rua eh claro, pq pra sentar nas mesas eh sempre mais caro. livrarias, sebos, brexos, antiquarios...

Agora meu tempo na lan esta acabando, tenho que voltar para o albergue. outro dia conto mais.
ate!

10.7.08

caos..medo..caos...

CAOS! CAOS! CAOS!!

AAAAHHHH. porque tudo tem que acontecer ao mesmo tempo.
haja cabeça evoluída e corpo que agüente!

E faltam agora 3 dias pra eu viajar, e mil coisas pendentes ainda.
E falta uma prova pra ser feita, 2 dias antes de eu viajar. E trabalhos. E incineraram meu portfolio.

E meu corpo resolveu, bem agora, baixar a imunidade e pegar umonte de doença e pereba. Argh, justo quando eu mais precisei de você saudável.

E eu estou tendo sérias crises infantilóides, juro que gostaria de voltar para a barriga da minha mãe agora. Tô quase dando pra trás. Tô a ponto de explodir!!!

E o coração? Esse também não contribui... assim não dá, todos contra mim!!

Medo...medo...medo..............................caos!

3.7.08

Melody and silence

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles. Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação. Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce. Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas. De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

Vinícios de Moraes