2.8.09

Máscaras nossas de cada dia - Postagem Temática


Máscaras...difícil dissociá-las do aspecto negativo e pejorativo o qual a opinião popular insiste em colar nelas feito carrapato, do tipo “as máscaras sempre caem”, ou “um lobo mascarado de cordeiro”, enfim. Esquece-se a maioria de que existem as máscaras que usamos em nosso dia-a-dia, e as quais usamos tanto que nem paramos para analisar, colocar a mão na consciência e se dar conta de que se tratam de máscaras. O hábito, o costume reiterado, nos faz perder a consciência e tão-somente repetir um padrão.
Pois todos nós usamos máscaras, as máscaras em largo senso: uns em maior, outros em menos grau e intensidade. Máscara, no sentido em que estou propondo, é aquele teatrinho do dia-a-dia, é o sorrisinho amarelo, a conversa pré-pronta, a mentirinha "branca". Máscaras são necessárias: precisamos delas todos os dias. Temos muitos papéis a desempenhar, e as máscaras são as garantidoras do nosso sucesso no emprego das múltiplas dimensões humanas que o mundo moderno exige. Às vezes dizemos coisas menos por realmente pensarmos aquilo do que por o achar "legal" e adequado. É inevitável: temos diversas faces, que são empregadas diferentemente de acordo com a circunstância e o tipo de relação que se apresenta.
Nessa esteira, não acho que máscara seja algo que devamos nos desvencilhar ou tentar viver sem. Certas pessoas podem julgar o que falo extremamente reprovável, mas creio que a maioria estaria sendo hipócrita se afirmasse que somos exatamente os mesmos em todas as situações e circunstâncias da vida: sou o mesmo em casa quando estou sozinho, sou o mesmo em um bar com meus amigos, sou o mesmo no trabalho, sou sempre o mesmo. Máscara é, mas do que um enquadramento social, uma estratégia de sobrevivência.

Outro dia eu discorro sobre o lado mais sombrio das máscaras: aquele em que as utilizamos como proteção, para mascarar dores, frustrações e fraquezas pessoais - muito embora nem nesse aspecto eu concorde que devamos nos desvencilhar, em todos os casos, das máscaras, ou que seu uso seja sempre reprovável.


PS: Esse texto foi feito correndo e sob pressão do editor, Rafael, visto que o prazo é só até amanhã! Hehe, brincadeira Rafa, apenas não estou acostumada a ter prazo para escrever, embora tenha adorado a experiência e a ideia dos Blogs Sincronizados. Espero que o projeto tenha vida longa! Um beijo a todos.

10 comentários:

Augusto Branco disse...

Noosssa!
Só agora vi uma foto sua por aqui - e como vc é lindinha!rs
Beijo!!!
(ngm merece um comentário desses no txt, né?rs)

Rafael Gloria disse...

Haha, editor! mazah, estou chique!
fico feliz q tenha gostado da iniciativa..

=)

Quanto ao texto, é difícil mesmo se desvincilhar do termo pejorativo, mas acredito que você conseguiu deixar isso bem claro no seu texto!

beijo

Alvaro Vianna disse...

Tema interessante: o papel social da máscara. Mas acho que há pessoas que não usam. Sabe aquele chefe que nem te olha na cara, só responde por monossílabos e quando fala, normalmente é desagradável. Mas não só chefes, não é tão raro encontrar-se gente assim, aparentemente com uma única face. O que não garante que essa face única não seja uma máscara. Vai saber!
Crianças, ao que parece e que eu me lembre não usam máscaras. Só se vai precisar delas a partir da adolescência, quando temos a necessidade de nos afirmar socialmente, creio.

Gostei da ilustração lembrando as máscaras simbolo do Teatro.

bjs

qualquer menina disse...

Olá Gabi!!
Então.. concordo com o uso das máscaras.. e com o sentido sobrevivência que elas assumem principalmente hj em dia..
lembrei de uma situaçao agora.. não sei se real, se filme, se livro (minha memória não é meu forte) de um senhor muito respeitável que depois de avançada idade decidiu que iria peidar a hora que quisesse.. livrar-se da máscara de assepsia 100% pois achava que já tinha trabalhado o suficiente pra conquistar isso..
e o que eu penso sobre as máscaras cotidianas está mais ou menos por aí..
com certeza necessárias.. mas o grande trunfo é poder chegar a um patamar (numa relação, num contexto ou mesmo consigo mesmo) em que não seja mais necessário usá-la.. (ou pelo menos não tanto!)

bjão!

Mulher Vã disse...

Devo então concluir que todos sem exceção estamos afundados no lamaçal da falsidade mascarística? Hm..

Gabriela disse...

Não, Mulher vã. Não se trata de falsidade, e sim das diferentes facetas, dimensões que precisamos no cotidiano para desempenhar nossas diversas tarefas. Esse é um dos conceitos possíveis de máscaras,na minha opinião. Ainda há outros, como a por ti mencionada 'falsidade'. Não é o caso do meu texto aqui. Um beijão!

Luana disse...

Super concordo, Gabi! As máscaras são com certeza necessárias à sobrevivência. E acredito que não é questão de falsidade, afinal, não somos os mesmos sempre, nem pra nós mesmos... hehe Adorei o post! =D

Beijão lindona!

Nati das Luzes disse...

Minha mãe chama isso de verniz social, hahaha :)

Olívia Carromeu disse...

Gostei do texto, Parabéns. Eu que acompanho o seu blog há um tempo, você tem escrito cada vez melhor!
E concordo com você sobre as máscaras, nós temos e sempre teremos, tudo depende do ambiente, claro, o nosso carater sempre será o mesmo, pelo menos o meu né.
Outra coisa, as pessoas adoram a falar dos outros e pouco falam de si mesmas. Dai vem outro "tal" ditado: Pimenta no c@#¨%$#¨% dos outros é refresco!

Leandro Zayd disse...

Poxa, muito bom o texto. Me fez pensar bastante e, se vc fez isso na correria, merece um prêmio. Não vejo por onde discordar do texto e, como não há muito o que acrescentar, faço as minhas as suas palavras.

*P.S: Qual máscara ponho agora?
Brincadeirinha :P