Daí que eu recém acordei e minha cabeça já tá um turbilhão. Li uma reportagem sobre a vida de uma juíza de direito e cheguei à minha conclusão definitiva (comentário autoirônico, visto que não existem conclusões na minha vida, muito menos definitivas):
- Humm, chissà, chissà... humm.... já sei....a partir de hoje estabelecerei meu foco: vou me matar de estudar, vou fazer cursinho, e serei juíza... essa será minha meta a partir de hoje (ai que lindo, tenho uma meta! tenho um sonho! o meu sonho sempre foi ter um sonho!)! Será perfeito, salário inicial de mais de 17 mil, eu trabalharei dignamente e ainda terei tempo para me alimentar de cultura...
(conclusão genial regada a cafeína, poderoooosa estimulante, que me deixa vidradona e alopradona por uns picos que duram... pouco mais de 10 minutos).
Uns 15 minutos depois, sei lá por que raios, peguei um livro de história da literatura brasileira, que fazia tempo que eu não estudava, e comecei a dar uma folheada despretensiosa. Meus olhos marejavam, fui invadida por uma serotonina fictícia, uma sensação de bem-estar imediata. Se é pq esse tema me remete à épocas gloriosas da minha vida, ou pq de uma forma ou outra eu o acabo associando a uma ideia idealizada de 'fuga' da minha realidade e do meu dia-a-dia chato, eu não sei. Mas, tiro e queda, fui tomada novamente pelo dilema perturbador: fico no Direito? luto pra ser uma juíza (na hipótese mais suntuosa, gloriosa, idealizada), ou tenho a coragem - ou covardia - de partir para uma graduação de Letras, correndo o risco de que tudo isso não passe de uma ilusão, um escapismo, e eu seja uma professora medíocre e frustrada, e ainda sem dinheiro para ir ao cinema, teatro, viajar, comprar meus livros, fazer meus cursos, tomar meus vinhos? Eu sei que a vida é uma só e não existe possibilidade de ensaio ou repetição, mas será que eu não merecia ao menos um indício, uma dica, um sinal, POR FAVOR??