8.5.11

Êxtase, delírio, terror.

"Para chegar ao fundo do êxtase em cujo gozo nos perdemos, devemos sempre identificar seu limite imediato: o horror. Não só a dor dos outros ou a minha própria dor, se aproximando do momento em que o horror me inundará, podem permitir-me alcançar um estado de felicidade beirando o delírio, como também não existe nenhuma forma de repugnância em que eu não consiga discernir uma afinidade com o desejo. Isso não signifíca que o horror se confunda sempre com a atração, mas, se não consegue inibi-lo, destrui-lo, o horror fortalece o desejo. O perigo paralisa, mas, se não for excessivamente forte, pode excitar o desejo. Só alcançamos o êxtase na perspectiva — mesmo que longínqua — da morte, daquilo que nos destrói".
[Bataille - A história do olho] - via Eterno Retorno.

Isso tem tudo a ver com os estados frenéticos de euforia, êxtase e compulsão que acabam sempre me levando ao fundo do poço, cedo ou tarde. E que eu venho trabalhando na terapia há moooooito tempo. Começando a compreender melhor, só há pouco.

Nenhum comentário: