Eu quero me livrar do meu lado que é só sofrimento, me dissociar dos meus chicotes. Mas sem segregar meus sofrimentos de construção e minhas dores instrutivas. As lições que fortalecem.
Quero me liberar dos meandros sem propósito, das bolas de neve, dos túneis escuros, dos meus boicotes.
Quero saber viver com certos pontos de interrogações nas costas. Sem que eles me pesem. Ou pelo menos sem que eles me pesem tanto.
Eu quero me mandar, mas sem nunca me perder de vista.
23.11.08
Tonight Im tangled in my blanket of clouds, Dreaming aloud...
12.11.08
Vitimização Inconsciente
Você pode dizer que não, mas no seu inconsciente, você se faz de vítima. Quando convém, é claro.
Bem ou mal, a vitimização é um ótimo subterfúgio.
É a perfeita desculpa para os nosso fracasso.
Hoje estava conversando com uma amiga, a Lara*, e estávamos estressadas, chateadas com certos acontecimentos, bem como com a imensa quantidade de provas e compromissos que temos ultimamente.
"Ontem eu tava pensando na vida, e cheguei à conclusão que a minha vida tá uma merda".
Será que este "pensando na vida" não foi um pouco tendencioso?
Será que não fazemos questão de pensar de uma forma que nos leve a acreditar que a nossa vida é uma merda, que tudo que acontece com a gente é uma merda, que é uma conspiração do destino pra que tudo dê errado, que somos injustiçados, etc.?
Foi isso que eu disse pra ela. Como esperado, Lara* respondeu imediatamente que não, óbvio que não era isso, ela tem certeza que não está se fazendo de vítima, ela não faz essas coisas.
Claro, eu disse a ela, a gente não faz isso de propósito, e nem gosta de pensar que faz, afinal, é tudo inconsciente, é tudo subterfúgio, é tudo desculpa esfarrapada pra nós mesmos.
É o mesmo que ocorre quando temos uma prova muito difícil pela frente e ficamos batucando no cérebro: "sou burra, sou burra!". Sim, isso facilita tudo. Sermos burras já é o juízo final, é o fim de tudo. Mesmo estudando a gente nunca vai conseguir aprender, pois somos burras. Bela desculpa.
Ou também quando eu acordo pela manhã, sonâmbula, e penso: "ai, eu tou muito cansada, minha rotina tá muito pesada, mereço dormir". E falto a aula.
Esse esquema de vitimização só leva a um caminho: auto-sabotagem. No final das contas nos boicotamos, acabamos indo muito aquém das nossas capacidades.
Paremos com essa burrice de ir pelos caminhos mais fáceis e acreditarmos nas nossas prórpias desculpas. Elas nos aprisionam.
FICADICA!
8.11.08
Até a revista feminina...
Ontem à noite, possuída pelo tédio, me pus a navegar por uns sites, digamos assim, não muito educativos.
Sem querer caí de pára-quedas no site da revista Nova, e acabei clicando num dito "teste para descobrir qual a cor da sua aura".
Depois de responder a 100 enfadonhas questões, quase babando no teclado, me deparo com o seguinte resultado:
Admito que fiquei mal. De fato, acho que sou um hopeless case...
(isso também é fruto da minha noite entediada)
Sem querer caí de pára-quedas no site da revista Nova, e acabei clicando num dito "teste para descobrir qual a cor da sua aura".
Depois de responder a 100 enfadonhas questões, quase babando no teclado, me deparo com o seguinte resultado:
WTF???? Até uma revista feminina vem me insinuar que eu sou uma pessoa em conflito.Houve um empate nas cores:
Magenta (vermelha arroxeada): Inovação, extravagância e rebeldia. Indica que você não é conformista e tem dificuldade em aceitar regras. Muitas vezes, vê o trabalho e a família como uma prisão. Precisa criar um estilo de vida que esteja em harmonia com o que acredita, mas que não agrida ou exclua os outros.
Dourado-Amoroso: Abstração, gentileza e generosidade. Sua mente está sempre fervilhando de idéias, mas você sente dificuldade em colocar tudo no papel e priorizar tarefas. Procure não se envolver em mais compromissos do que consegue cumprir.
Isso significa que você tem mais de uma camada de cor com a mesma intensidade. Sinal de que está em conflito e precisa descobrir quem realmente é.
Admito que fiquei mal. De fato, acho que sou um hopeless case...
(isso também é fruto da minha noite entediada)
Aiai. Eu mereço.
Quero ir à feira do livro!!
5.11.08
Lalalá Tralarirá
Sem nenhum post auto-ajuda para que os outros leiam, se confortem e comentem, ok? Caia fora se você é desse tipo.
Ando irritada e intorelante com o pessoal da faculdade. Sei lá, tudo me irrita, não gosto mais das pessoas como antes, não tenho mais paciência pras suas histórias pequenas e repetidas. Com algumas exceções, quais sejam duas ou três amigas.
Sem paciência para observar as panelinhas, as fofoquinhas, as intriguinhas. Lá é assim, sempre foi e sempre vai ser: um antro de fofoca, de intriga, de um querendo pisar em cima do outro na primeira oportunidade. Seja porque sabe alemão, porque fez um curso na itália, ou qualquer coisa que prove grande capacidade intelectual, seja porque é mais bonito e mais popular, ou porque tem roupas mais caras ou trendsetters. No fundo, são todos iguais, não há diversidade alguma.
Mas no meio disso, há algumas coisas que abrem a cabeça. Ontem fui num evento muito massa, cujo palestrante era o jornalista Caco Barcellos. Confirmei o que já sabia: o cara é um máximo. Ele falou sobre a cultura da violência, assunto que devia interessar a todos, e especialmente me tocou, agora que estou trabalhando com direito penal. Ele apresentou alguns vídeos, e principalmente expôs as opiniões dele sobre o assunto.
Interessante que a patrocinadora do evento, chamado "Diálogos Universitários" (q era de graça, dava comida de graça, mochila de graça e até o cu de graça) tratava-se da empresa Souza Cruz, empresa que produz cigarro, desde as lavouras de fumo até as grandes indústrias. Engraçado que a Souza Cruz fica patrocinando esses eventos de "consciência social" como se fosse muito boazinha e não ganhasse nada em troca. Apresentou vídeos mostrando como ela é bondosa com os agricultores e com a sociedade. Ahã. Mas o mais engraçado foi uma pergunta que fizeram da platéia para a representante da Souza Cruz: "é verdade que o cigarro mata mais que o dobro do que a violência?". A platéia caiu no riso. A mulher, altiva e imponente em seu salto 15, e apoiada em seus discursinhos prontos, despencou. Mas fez questão de dizer, com seu chiado carioquês exagerado: "Vocêixx axxam que eu não goxxxto desaxxx perguntaxx mas eu adoroooo!!! Muito obrigada quem feixxx!!!!". Pior que isso foi a resposta, também fruto de um discurso pronto, uma vez que sem dúvida eles são treinados para se dar bem diante dessas provocações: "É, porque a gente nasce ouvindo que cigarro faz mal, e isso entra na nossa cabeça..." What the fuck??? Ela tá querendo insinuar que cigarro não faz mal?? Sorte que ela era bonita e bem vestida e bem maquiada, assim o povo recebeu ela bem, naturalmente. Mas mesmo assim, ouviu-se uns "UUUUU" de uns poucos ouvintes.
Me estendi.
Dale Obama. E eras isso.
Ando irritada e intorelante com o pessoal da faculdade. Sei lá, tudo me irrita, não gosto mais das pessoas como antes, não tenho mais paciência pras suas histórias pequenas e repetidas. Com algumas exceções, quais sejam duas ou três amigas.
Sem paciência para observar as panelinhas, as fofoquinhas, as intriguinhas. Lá é assim, sempre foi e sempre vai ser: um antro de fofoca, de intriga, de um querendo pisar em cima do outro na primeira oportunidade. Seja porque sabe alemão, porque fez um curso na itália, ou qualquer coisa que prove grande capacidade intelectual, seja porque é mais bonito e mais popular, ou porque tem roupas mais caras ou trendsetters. No fundo, são todos iguais, não há diversidade alguma.
Mas no meio disso, há algumas coisas que abrem a cabeça. Ontem fui num evento muito massa, cujo palestrante era o jornalista Caco Barcellos. Confirmei o que já sabia: o cara é um máximo. Ele falou sobre a cultura da violência, assunto que devia interessar a todos, e especialmente me tocou, agora que estou trabalhando com direito penal. Ele apresentou alguns vídeos, e principalmente expôs as opiniões dele sobre o assunto.
Interessante que a patrocinadora do evento, chamado "Diálogos Universitários" (q era de graça, dava comida de graça, mochila de graça e até o cu de graça) tratava-se da empresa Souza Cruz, empresa que produz cigarro, desde as lavouras de fumo até as grandes indústrias. Engraçado que a Souza Cruz fica patrocinando esses eventos de "consciência social" como se fosse muito boazinha e não ganhasse nada em troca. Apresentou vídeos mostrando como ela é bondosa com os agricultores e com a sociedade. Ahã. Mas o mais engraçado foi uma pergunta que fizeram da platéia para a representante da Souza Cruz: "é verdade que o cigarro mata mais que o dobro do que a violência?". A platéia caiu no riso. A mulher, altiva e imponente em seu salto 15, e apoiada em seus discursinhos prontos, despencou. Mas fez questão de dizer, com seu chiado carioquês exagerado: "Vocêixx axxam que eu não goxxxto desaxxx perguntaxx mas eu adoroooo!!! Muito obrigada quem feixxx!!!!". Pior que isso foi a resposta, também fruto de um discurso pronto, uma vez que sem dúvida eles são treinados para se dar bem diante dessas provocações: "É, porque a gente nasce ouvindo que cigarro faz mal, e isso entra na nossa cabeça..." What the fuck??? Ela tá querendo insinuar que cigarro não faz mal?? Sorte que ela era bonita e bem vestida e bem maquiada, assim o povo recebeu ela bem, naturalmente. Mas mesmo assim, ouviu-se uns "UUUUU" de uns poucos ouvintes.
Me estendi.
Dale Obama. E eras isso.
Assinar:
Postagens (Atom)