21.1.10

Escolhas que a vida faz pela gente (por mais que não concordemos)

Eu tenho esse problema. É um problema horrível, que me desencadeia muitos outros probleminhas e que ainda vai dar azo a muitos problemões.
Eu não a compreendo, não quero compreender e tenho raiva de quem compreende: a efemeridade.
“É essa coisa do ciclo da vida”, diria, muito casualmente, Dr. House. É essa coisa de que a morte faz tão parte da porra do tal ciclo da vida quanto o nascimento. A morte não só de pessoas, mas também de sentimentos, de situações, de rotinas, de idéias, de sonhos.
“Y nadie sabe por qué un día el amor nace / Ni sabe nadie por qué muere el amor un día / Es que nadie nace sabiendo, nace sabiendo / Que morir, también es ley de vida.”

Exemplo dos probleminhas que minha incompreensão me traz: ontem chorei pelo ex-namorado… da minha irmã. Sim, repito, e eu sei que é foda de acreditar: eu chorei pelo ex-namorado da minha irmã. Eu pensava: ele era tão querido, fazia tão bem a ela. Olhei para uns quadrinhos que ele fez . Lembrei de como eram as rotinas de quando ele freqüentava nossa casa. E não consegui conter as lágrimas que inundaram minhas simpáticas bochechas, que ficaram mais inchadas do que nunca, junto com o rosto inteiro.

Exemplo do problemão: Meu coração tá rachado. Despedaçado. Em quinhentos milhões de caquinhos. Parece que tem uma faca cravada ali, futricando os ferimentos, sádica. E o nó na garganta que nunca vai embora. E as lágrimas que vezenquando aparecem lá no escuro do meu quarto. Os cheiros que me trazem memórias e lamentos. A canções. As rimas...
É tanta coisa que atualmente eu ando tendo que me convencer que é página virada. Não falo só de amor, mas de diversos outros sentimentos mais pueris que eu cultivava. Por que o “mundo cruel” (como ironizou um amigo meu) está me enfiando pela goela: a fila anda. E esse tal de mundo cruel tem um fórceps gigantesco que quer arrancar de mim os meus sentimentalismos e fazer parir uma mulher de verdade. Que nada tem a ver com a Amélia, não.
“La tierra parece estar quieta
Y el sol parece girar,
Y aunque parezca mentira
Tu corazón va a sanar
Va a sanar
Va a sanar
Y va a volver a quebrarse
Mientras le toque pulsar”
OBS: Trechos da música Sanar, do Jorge Drexler. Ele canta no nosso ouvido e as máguas parece que vão se acalmando...

6 comentários:

Alvaro Vianna disse...

Diferente de Matrix, onde Neo tem a chance de escolher entre a pílula azul e a vermelha, chega uma hora em que a vida transparecerá em toda a sua crueza dolorosa.

***
House é muito bom.

Gabriela disse...

É...

A vida faz escolhas pela gente, por mais que não concordemos.

Mariana Zito disse...

Pois é. Acho realmente triste perceber que as coisas não são mais como eram antes; mudar faz bem, sim! Mas a rotina é muito aconchegante...

qualquer menina disse...

Gabi!!
estou na praia completamente desconectada de mundo virtual e, estando em lan house, sem mto tempo..
mas pude lero teu comentario no mu ultimo post e quero te agrdecer imensamente por ele!
estas certa.. realmente na maioria das vezes temos q seguir com a interrogacao nas costas.. a perg é: vou pagar pra ver??
isso eu decido até minha volta da minha `soul vacation`
mais uma vez obrigada pelas palavras!

Aline Aguayo disse...

Exatamente. A vida faz escolhas pela gente.

qualquer menina disse...

bom.. agora pude ler com calma..
bem gabi, o que posso te dizer é: não deixe o mundo parir esta mulher.
O que podemos manter neste mundo, se é que ainda podemos manter algo bravamente e de modo rebelde é o sentimentalismo, a sensibilidade. É nisso que podemos ser fortes, isso podemos, com muito esforço, proteger de tudo. É como um trunfo sabe? É o que resta.
Espero que teus dias se iluminem mais!

beijo.