18.3.11

abismo

Sabe quando tu sente um vazio grande, mas tão grande, que chega a perceber fisicamente um rombo no teu peito? É, é um troço físico. Uma dor? Ou uma ausência de dor? Não sei, mas é a percepção de um buraco, é a percepção do vazio, é a vertigem, é o fundo do poço te fazendo uma proposta tentadora, -sua alma pelo seu entorpecimento.
Daí tu quer fazer parar, tudo que tu quer é que aquilo pare, mas - tcharam - não tem como arrancar um vazio, muito menos um vazio do próprio peito. E daí a conclusão óbvia: só se eu me for inteira. Aí a dor pára. Eu só queria a anestesia, e a anestesia agora é um túnel escuro, é um abismo me envolvendo, um abismo gelado, longinquo, solitário.

Um comentário:

Ju Dacoregio Paperback Writer Girl disse...

Anestesia é bom, mas depois a gente volta ao normal. Mas, eu sei, eu entendo, entendo muito. Meu corpo já denuncia o quanto anseio por uma anestesia. (essa frase rimou, ficou bonitinha, vou usar no twitter)
Só que EI, EI, EI, pleaaaaase: matar o todo pra matar o buraco, não! Fico feliz em ver que há outros posts e você continuou, apesar do buraco.