13.5.11

Pálido delinquente


"Vede este pobre corpo! O que ele sofreu e o que desejou, a alma o interpretou a seu favor; interpretou-o como gozo e desejo sanguinário do prazer da faca.
O que enferma agora, vê-se dominado pelo mal, que é mal agora; quer fazer sofrer com o que o faz sofrer; mas houve outros tempos e outros males e bens.
Dantes era um mal a dúvida e a vontade própria. Então o enfermo torna-se hereje e bruxa; como hereje e bruxa padecia e fazia padecer.
Mas isto não quer entrar nos vossos ouvidos; prejudica, dizeis, os vossos bons; mas que me importam a mim os vossos bons?
Nos vossos bons há muitas coisas que me repugnam, e de certo não é o seu mal.
Quereria que tivessem uma loucura que os levasse a sucumbir, como esse pálido criminoso.
Quereria que a sua loucura se chamasse verdade, ou fidelidade, ou justiça; mas têm virtude para viver em mísera conformidade.
Eu sou um anteparo na margem do rio; aquele que puder prender-me, que o faça. Saiba-se, porém, que não sou vossa muleta”.
[Assim falava Zaratustra]

Essa é tipo a síntese perfeita - e linda e genial e que eu jamais seria capaz de escrever - do meu TCC, beijos.


PS: O Blogger ficou maluco, apagou alguns posts e comentários...