2.2.11

Muçarela

Me aborrece um pouco o fato de este blog ser uma lata de lixo. Tudo de ruim eu amontoo desordenadamente aqui. Coitado, é bode expiatório. Era pra ser meu refúgio, mas virou um lixão de uma grande e complexa metrópole. Quem não me conhece, e me lê aqui, certamente infere que eu sou a pessoa mais desequilibrada e surtada ever. E, como bem se percebe, eu continuo usando esse blog só para infernizar. Dar vazão à minha rabugentisse existencial.

Outra coisa que me incomoda é o total descompasso entre o que eu escrevo aqui – logo, o que borbulha no meu mundo interior – e a pessoa que eu mostro ser lá fora. Concordo que uma das coisas mais difíceis da vida é a gente saber externalizar o melhor de nós e absorver o melhor que os outros nos propõem, mas eu ando me saindo total malsucedida nessa ‘tarefa.’ Eu simplesmente não sei aproveitar o melhor de mim e oferecer isso aos outros. Ou eu pareço uma retardada-faladora-de-bobagem-inveterada, que tipo não cultiva nada na cabeça além de merda (e acabo parecendo uma pessoa forçada e burlesca), ou eu me afiguro a um ser pesado, de uma profundidade e intensidade dramática sugadoras e insustentáveis. Cade a porra do meu equilíbrio, da minha harmonia? De uma forma ou outra, eu acabo me expondo, e só faço exprimir minhas piores versões. Agora, por exemplo, eu me sinto uma loser escrevendo. Uma pessoa perdida, frouxa, vagando fora de contexto pelo mundo. Mas eu preciso dessa catarse agora. Anyway, sinto que é necessário que eu passe por essa desconstrução de mim mesma e de certos ideais platôicos que eu pintava a respeito de mim para que, daí sim, eu possa construir algo de mais essencial e verdadeiro. Ocorre que esse ‘período de transição’ está sendo difícil de viver na prática, dia após dia, acordando, escovando os dentes, me olhando no espelho e percebendo que talvez eu não tenha nada de muito especial. E eu sinto que estou espantando as pessoas, as quais ou descompreendem completamente o que se passa, e acabam enxergando superficialmente a situação e tirando conclusões errôneas, ou, do contrário, compreendem, mas se assustam, se chocam, não aguentam e vão embora.

Acredito que preciso introjetar que deveras estou sozinha agora, e isso é necessário nesse momento, para que eu possa acessar corretamente meus desejos e construir uma imagem mais fiel e menos idealizada a meu respeito, bem como aprender a me aceitar assim, nua, crua e sem a tão conhecida e confortável “névoa”. Pronto, falei.

 

NOTA: Lembrar sempre que saber receber é uma das melhores formas de dar…

3 comentários:

Mariana Zito disse...

Gabi, acompanho seu blog desde muito tempo e ele sempre foi um dos meus favoritos por ser tão diferente dos outros, por ser tão humano. A internet está cheia de falsidades e precisamos um pouco mais de pessoas como você por aqui. Não se desculpe pelo o que fez ou escreveu, está escrito e muito bem escrito por sinal!
beijos

G. disse...

Mari:
fico muito muito feliz pelo seu comentário! ótimo saber que eu não estou totalmente à margem desse mundo, hehe.
Um beijo

Jeferson Gomide disse...

Eu li! Hahaha.

Mas comento na msg do face.

Otimo eim... tu eh linda guria!